Porto da Cruz: Pe. Fábio Ferreira assume a paróquia como um amigo que vem para treinar o ouvido e só depois decidir

Hoje, dia 23 de janeiro, o sacerdote comemora mais um aniversário convidou os paroquianos que puderem a estar presentes na Missa das 17, em que vai celebrar o dom da vida.

Foto: Duarte Gomes

“Os desafios são imensos nesta nova paróquia do Porto da Cruz, mas nunca me posso esquecer que o olhar de Jesus despertou o meu “sim” e que sempre que olho para Jesus tenho um “sim” para lhe entregar, concretamente nesta terra onde foi fixada uma “Cruz” e que vai do mar à serra”, admitiu o Pe. Fábio Ferreira, que tomou posse no domingo, dia 22 de janeiro.

De resto, o Sacerdote não quer ser “um funcionário, com um horário bem definido, com tarefas muito concretas para fazer”, mas antes “um amigo” e que como em todas as amizades, os “laços cresçam”.

“A partir de hoje, sou o vosso pároco, ou seja, aquele que pretende estar próximo de cada um de vós e que tem a missão de vos mostrar o caminho para o Céu”, disse o sacerdote, para logo acrescentar que quer estar presente quando: uma criança nascer para iniciar o caminho da fé; um jovem pretender amadurecer a sua fé; alguém quiser constituir uma família ou abraçar a vida religiosa; precisarem do alimento do altar; necessitarem da misericórdia de Deus; na doença, possam encontrar uma palavra amiga e de conforto; celebrarmos as diversas tradições e festas próprias do Porto da Cruz”.

Paróquia não é só o padre

Mas, para tudo isto possa ser uma realidade, há que contar com a ajuda dos paroquianos até porque, lembrou, “uma paróquia não se faz só com um padre, mas com todo um conjunto de pessoas, que se dedicam que se entregam”.

Para mostrar como isto é fundamental, recordou os tempos em que o pai, presente na cerimónia assim como a mãe, lhe dava alguma coisa para acarretar. Quando a carga era muito pesada, ele não a aliviava. E isto, disse o Pe. Fábio, “é importante que cada um de nós sinta esta responsabilidade e é aí que preciso da vossa ajuda: de alguém que me ajude a levar esta carga, alguém que me ajude a tirar algum peso, ajudarmos a ser Igreja”.

Depois de referir que vem “para treinar o ouvido”, isto é, para “saber o aquilo que a paróquia precisa, aquilo que cada um quer da paróquia”, antes de tomar decisões, o Pe. Fábio Ferreira recordou o Pe. Mendonça “que caminhou convosco durante 25 anos com um grande serviço e carinho às gentes desta terra”, recordando que quer continuar este caminho, convocando já para o próximo sábado, dia 28, reunião com as direções das confrarias, dos grupos que fazem parte da paróquia, do grupo coral, para começarmos a pensar o que será a vida da paróquia.

Um obrigado ao Pe. Mendonça

Do diálogo que manteve com ele nos dias que antecederam a tomada de posse, lembra-se de este lhe dizer que “a minha primeira missão foi evangelizar”. Hoje. Prosseguiu, “vemos cada um de vocês que traz no seu coração o grande amor a Jesus que ele vos transmitiu ao longo dos anos. Um grande obrigado Padre Mendonça que possa continuar a transmitir a fé com a sua mesma ‘juventude’”.

O sacerdote agradeceu ainda ao Cónego Fiel, Vigário-Geral, e ao Padre João Carlos Gouveia, pároco de Santana e Ilha, e aos demais sacerdotes que vos acompanharam nestes últimos tempos”, em que a diocese não vos deixou desamparados e ao bispo por este o ter escolhido para esta missão”.

A terminar estas palavras “ditas com o coração”, o novo pároco do Porto da Cruz deixou já trabalho de casa para os paroquianos: rezar uma Avé Maria a Nossa Senhora de Guadalupe para que ela me ajude, para que ela me proteja, para que eu sinta sempre esta força de Deus na minha vida”.

É por Jesus Cristo que estamos aqui

Como tem sido hábito nestas ocasiões coube ao Vigário Geral, Cónego Fiel de Sousa, presidir à Eucaristia no decorrer da qual teve lugar a tomada de posse.

Uma Eucaristia que se iniciou pelas 11 horas, mas que já foi preparada muito antes, não só com os belíssimos arranjos dentro da igreja, mas também com um tapete de flores, cuja elaboração reuniu vários paroquianos que, logo pela manhã, meteram mãos à obra.

Lida a carta de nomeação a Eucaristia prosseguiu com as leituras, deste 3º Domingo do Tempo Comum e a reflexão sobre as mesmas por parte do cónego Fiel de Sousa.

Antes, porém, o vigário geral explicou a importância dos sacerdotes, sublinhando que eles são escolhidos por Deus de entre o seu povo para anunciar a sua palavra. “É pelo Pe. Fábio que estamos hoje aqui, mas é sobretudo por Jesus Cristo, Ele que nos convoca e nós sacerdotes estamos aqui em nome dele”.

Na homilia, o Vigário Geral comparou os paroquianos aos sapatinhos que enchiam a igreja dizendo que cada um deles é uma flor de quem o Pe. Fábio vai precisar para anunciar a paz. É essa, de resto, a sua missão. “Cuidar deste santo povo de Deus da paróquia do Porto da Cruz” e vos ajudar a seguir “os santos passos do Senhor”.

Sem se esquecer o Pe. Mendonça que ali esteve 25 anos, cónego Fiel agradeceu também a vocação do Pe. Fábio Ferreira e do Pe. João Homem de Gouveia que concelebrou esta eucaristia e a cargo de quem esteve a leitura do decreto de nomeação de D. Nuno Brás.

Falou depois da conversão a que somos todos chamados, frisando que é o Pe. Fábio que, com a Liturgia, “vos vai levar à luz de Cristo” e eliminar das vossas vidas as regiões sombrias.

Para isso é preciso “unidade”, mantendo todos os carismas e dons de cada um, mas pondo-os ao serviço da comunidade não pelo sacerdote que vos acompanha, mas por Jesus Cristo a quem ele representa.

E de resto, de acordo com o Evangelho deste domingo, Domingo da Palavra, “somos todos chamados, todos têm o seu papel, a sua vocação”.

Paroquianos confessam expectativas

Falou depois um membro da Confraria do Santíssimo, em nome da comunidade paroquial. E fê-lo para dar as boas vindas ao novo pároco e para lhe dizer que, a partir de agora “o senhor Pe. Será membro de cada família, compartilhando connosco todos os sofrimentos e alegrias”.

O mesmo disse ainda que aquela comunidade “criou as expectativas novas, em contido entusiasmo” e que “ficaram a aguardar ansiosamente a sua chegada”, vincando que “queremos estar consigo, independentemente dos espinhos e obstáculos que poderão surgir no caminho”.

Nesses momentos, garantiu, “seguiremos a sua orientação para caminharmos juntos e em plena sintonia” e “carregaremos todos a cruz que nos levara à alegria da ressurreição.

A terminar de referir que para além do tapete de flores o Pe. Fábio Ferreira foi recebido pelo grupo de folclore local, pelas crianças e jovens da catequese e por dezenas de pessoas que fizeram questão de esperar fora da igreja para o acolher com os seus aplausos.