O cónego Fiel de Sousa presidiu ao fim da tarde de domingo, dia 13 de novembro, na igreja do Colégio, a uma Eucaristia com a qual se assinalou o VI Dia Mundial dos Pobres, instituído pelo Papa Francisco, em 2017.
No início da celebração, promovida pelo Secretariado Diocesano da Pastoral Social e pela Cáritas do Funchal, o Vigário Geral da Diocese lembrou que “em todas as igrejas do mundo foi celebrado este dia e que o Papa Francisco, num almoço com 1300 jovens disse que não devemos desperdiçar, muito menos agora”, perante a situação que o mundo atravessa.
A homilia, essa, ficou a cargo do Pe. Fernando Soares, assistente da Cáritas, que começou por referir que “ao escutarmos as leituras proclamadas podem ficar-nos vários sentimentos no coração, a sugestão de várias atitudes, mas não nos podemos deixar enganar ou adormecer, no sentido de acomodar a nossa identidade cristã de cruzar os braços e desistir”.
Referindo-se ao Evangelho, o sacerdote disse que o mesmo nos apresentava “imagens fortes, que nos podem criar angústia”, com Jesus a chamar a atenção que, “todas as coisas construídas pelos homens e mulheres deste mundo um dia terminarão”.
Por essa razão, continuou, “é importante saber discernir o tempo em que vivemos, olhar para os acontecimentos e não ficar indiferente diante deles, mas agir como discípulos de Jesus diante das dificuldades da história”. Para isso “não nos podemos deixar enganar diante dos acontecimentos do mundo, das grandes crises, podemos responder de várias formas, mas nem todas correspondem à maneira de responder de Jesus”.
Não nos podemos “deixar enredar pelo medo”, mas aprender a ler os acontecimentos à luz da fé, “seguros de que Deus está próximo e nem um cabelo da nossa cabeça há de cair sem que Ele se dê conta disso”. Esta afirmação, continuou, “o Senhor tem de ser para nós a afirmação onde solidificamos a nossa fé”.
Já a 2ª Leitura, remetiam-nos para o facto de “não podermos ficar de braços cruzados”, de só pensar em futilidades”. Por isso São Paulo diz que “quem não trabalhar, quem não se empenhar, também não come”. Nós, prosseguiu “perante esta grandíssima crise podemos estar preocupados com a futilidade do nosso bolso, deixando de nos preocupar com o irmão que está na casa ao lado, na casa da frente”. Do irmão que se esconde, porque tem medo do estigma, vergonha da sua condição.
Neste contexto, o Pe. Fernando Soares referiu que a Cáritas tem oportunidade de ajudar, mas o que lhe falta “são voluntários que ajudem a sinalizar, que possam ir ao encontro dos irmãos e das irmãs que possam forme, que têm necessidade, que estão escondidos e que só um coração próximo pode detetar”.
“Mas não podemos ficar nem paralisados, nem resignados, nem ser derrotistas, como que não encontrando solução, não tendo força nem desalentar, porque esse não é o olhar do Senhor”, frisou.
É que, explicou, “como dizia o Senhor tudo pode suceder e não nos podemos alarmar, porque mais do que tudo, as crises, as dificuldades, as perseguições são uma oportunidade de dar testemunho”. E por isso, acrescentou, que neste tempo conturbado, “é hora de nós cristão, de nós batizados, mostrarmos e afirmarmos a nossa verdadeira identidade, de dar testemunho, da ocasião fazer o cristão, momento de darmos testemunho da nossa identidade cristã”.
“Não percamos esta oportunidade que o Senhor nos dá de afirmarmos mais uma vez a nossa fé, de mostrarmos em quem acreditamos, de sermos iluminados pelo rosto de Cristo que em cada Cristão, em cada pobre se nos vem bater à porta e que esse compromisso venha bater também à Cáritas como voluntários, com o tempo e o jeito que tiverem, porque assim podemos ser enriquecidos”, concluiu
Antes do fim da celebração, animada liturgicamente pelo coro da profª. Isabel Gonçalves, um elemento da Cáritas falou sobre o projeto chamado “10 Milhões de Estrelas”.
Nascido em França, em 1984, o projeto tem um objetivo muito prático que é ajudar quem precisa. Neste particular destina-se a ajudar “à sustentabilidade e também financiar um projeto internacional que este ano está relacionado com as alterações climáticas nos países lusófonos”.
Ao fundo da igreja, lá estavam as estrelas com as respetivas velas (brancas e vermelhas), que explicou, devem ser acesas na noite de Natal, junto ao Menino Jesus, num gesto de agradecimento e de suplica pela paz no mundo.