JMJ: Símbolos acolhidos na Sé juntamente com relíquia do Beato Carlo Acutis

Foto: Duarte Gomes

A Sé do Funchal acolheu na tarde de segunda-feira, dia 23 de maio, os Símbolos das Jornadas Mundiais da Juventude e uma relíquia do Beato Carlo Acutis, jovem santo da Igreja Católica.

A marcar estes dois acontecimentos celebrou-se uma Eucaristia, presidida pelo bispo do Funchal que nas palavras iniciais lembrou que “há quase um mês que estes Símbolos andam a peregrinar pela diocese e que chegam agora à nossa Catedral, onde queremos acolhê-los como “sinas do amor do cuidado de Jesus Cristo por cada um de nós e por todos”. 

E juntamente com esses Símbolos, explicou D. Nuno Brás,  “entrou também uma relíquia do Beato Carlo Acutis, um jovem que é “para todos nós, um exemplo de vida cristã, de alguém que se deixa transformar por Jesus Cristo, um exemplo de amor à virgem Maria e à Eucaristia”.

Uma relíquia que, como disse o cónego Marcos momentos antes de se iniciar a celebração permanecerá em veneração até o próximo Domingo de Pentecostes no altar de São José.

Já na homilia, o prelado lembrou que “estamos tão habituados à presença cristã que os sinais de Deus nos passam ao lado”. No Evangelho deste dia, explicou, “o Senhor chamava-nos à atenção para dois tipos de testemunho que constantemente nos dá” e que nós, “por andarmos distraídos, nem sempre nos damos conta deles”.

“O primeiro é o testemunho do Espírito Santo em nós, quer dizer o respirar de Jesus ressuscitado em nós, que faz com que nos sintonizemos com Ele”, disse, para logo acrescentar que “o Espírito Santo dá testemunho de que Jesus é verdadeiramente Deus connosco, Deus feito carne, Deus que vive a nossa vida, que partilha os nossos sofrimentos e as nossas alegrias”. Neste contexto, continuou, “todas as peças encaixam, a realidade faz sentido”.

Já no Evangelho, Jesus Cristo fala-nos de um outro tipo de testemunho que é o testemunho uns dos outros. É, frisou D. Nuno, “a união destas duas realidades que nos faz verdadeiramente cristãos”.

A fé cristã, lembrou, “é qualquer coisa de tão maravilhoso, qualquer coisa de tão grande que, por vezes, duvidamos, achamos que é um engano”. É nesses momentos que precisamos do testemunho daqueles que “partilham a mesma fé, que também acreditam no mesmo Jesus Cristo a quem também entreguei a minha vida”.

São estes dois testemunhos que “fazem com que esta vida da fé em nós seja uma vida firme segura, uma vida que caminha na confiança” e cada vez mais identificada com Jesus.

Referindo-se de novo a Carlo Acutis, o prelado voltou a referir que ele é, de facto, “um testemunho que nos chega de agora do nosso século”, que vale a pena conhecer, mas sobretudo que vale a pena “entregarmo-nos também nós a Jesus Cristo”.

Quanto aos Símbolos da JMJ, lembrou que eles “já percorreram o mundo inteiro” e que nos convidam “a deixar o nosso adormecimento, a deixar as nossas dúvidas, as nossas hesitações para nos entregarmos completamente nas mãos de Jesus Cristo”.

O bispo diocesano terminou apelando à assembleia, constituída por jovens e menos jovens, que “neste dia peçamos ao Senhor que Ele nos abra o coração de forma a acolhermos o testemunho do Espírito Santo e o testemunho dos irmãos que coincidindo nos dizem, nos falam da verdade de Jesus Cristo”.

Antes da bênção final o Pe. Carlos Almada, responsável pelo COD do Funchal, agradeceu ao cónego Marcos, pároco da Sé, a forma como foi preparada a receção dos Símbolos da JMJ e da relíquia do Beato Carlo Acutis, que é um dos patronos das Jornadas.

Agradeceu também a todas as catequistas e catequizandos que participaram neste acolhimento, ao bispo diocesano e o Pe. Filipe Dinis que é responsável pelos chamados “Dias nas Dioceses”, isto é as pré-jornadas.

Filme sobre a vida do beato

E precisamente no dia em que foi apresentada na Sé uma relíquia do Beato Carlo Acutis a ‘Aleteia’ dava conta de que vem aí um filme sobre a vida do beato. 

“O Céu não pode esperar”, é como se irá chamar o filme sobre o jovem italiano apaixonado pela Santíssima Eucaristia, falecido aos 15 anos, a 12 de outubro de 2006, na sequência de uma leucemia.

Foi sepultado em Assis conforme era seu desejo devido ao seu grande amor por são Francisco, declarado venerável em 2018 e beatificado pelo Papa Francisco no Vaticano em 10 de outubro de 2020.

Em entrevista à rede católica norte-americana EWTN, os produtores do aguardado filme sobre o jovem que inspira milhões de outros jovens no mundo inteiro declararam que “O Céu não pode esperar” é uma obra que “não deixará ninguém indiferente e ajudará os espectadores a repensarem a vida e a verem se estão no caminho certo”.

Borja Zavala, um dos produtores, afirmou à reportagem da EWTN:

“Quisemos percorrer todos os lugares de Carlo Acutis, desde o seu nascimento até a sua morte. Além de uma biografia detalhada, o espectador encontrará também testemunhos da vida das pessoas”.

Entre esses testemunhos, adianta Zavala, está o de “um rapaz viciado em drogas e em pornografia, que mudou radicalmente de vida após conhecer Carlo Acutis. Há muitos testemunhos como este no filme”.

Segundo Zavala, a inspiração para produzir o filme veio do grande impacto exercido pela beatificação de Carlo Acutis entre os católicos:

“Nós nos perguntamos: por que não fazer este filme num momento em que os jovens precisam dele, precisam de um líder que os arraste para o caminho certo?”.

Entre os locais de filmagem aparecem Assis, onde Carlo passou parte da infância, e Londres, onde nasceu, porque seus pais trabalhavam à época na capital britânica.

O título completo do filme é “O Céu não pode esperar: Carlo Acutis, o Ciberapóstolo”. A produtora é a Custodian Movies e a direção é de José María Zavala. O lançamento está previsto para 2023.

Visita dos símbolos termina hoje

Quanto à peregrinação dos Símbolos da JMJ pela Diocese do Funchal ela chega ao fim esta terça-feira dia 24, com a Cruz e o Ícone a seguirem viagem para a Diocese de Angra (Açores). 

Mas antes disso, ainda vai ter lugar a Eucaristia do envio esta tarde, pelas 19h30, na Igreja do Colégio, seguida de um arraial.