Há 400 anos

D.R.

Há 400 anos, o Papa Gregório XV criava em Roma a célebre “Propaganda Fide”. No seio da Cúria Romana, surgia um organismo que tinha um objectivo muito próprio: “que usemos todos os nossos meios, todos os nossos esforços para levar as almas a Cristo”, dizia o documento de criação.

Em particular, o novo organismo da Santa Sé, criado a 6 de Janeiro de 1622, devia cuidar de toda a actividade missionária da Igreja: coordenar no mundo a acção evangelizadora, cuidar da boa distribuição dos missionários, formar clero e catequistas. Foi significativamente criado no “Dia de Reis”, quando a liturgia celebra o percurso que aqueles homens fizeram até ao Presépio, para encontrar a Cristo luz dos povos. 

Há 400 anos, portugueses e espanhóis (logo seguidos pela maioria dos países europeus), olhavam com surpresa para as novas terras conhecidas e para os seus habitantes, com culturas tão diferentes das nossas. Havia que lhes anunciar Jesus Cristo. Não poderiam ficar na ignorância da salvação. Era preciso “propagar a fé”.

Há 400 anos, havia que partir para terras distantes, arriscar a vida na viagem, aprender a falar línguas diferentes, traduzir os evangelhos e, sobretudo, mostrar o Evangelho que é Jesus: mostrar como Ele muda a vida e ajuda a viver de um modo mais humano e mesmo acima da própria natureza humana, de uma forma sobrenatural.

Hoje, continua a ser necessário o esforço missionário, sobretudo na África e na Ásia. Mas é sobretudo entre os velhos países europeus que esse esforço de “propagar a fé” é necessário. Entre nós. Com todos os meios e com todos os esforços.