Foi com uma Eucaristia na Sé do Funchal presidida por D. Teodoro de Faria, bispo emérito do Funchal, que se assinalou, no passado dia 19, o centenário da chegada ao Funchal do Beato Carlos d’Áustria.
No inicio da celebração o vigário geral, cónego Fiel de Sousa, leu uma mensagem de D. Nuno Brás que, por se encontrar em visita pastoral à paróquia dos Prazeres, não pôde estar presente.
Nela D. Nuno sublinhava a forma como os madeirenses “deram abrigo ao imperador Carlos d’Áustria e à sua família, que vinham fugidos da sua terra onde, entretanto, tinha sido proclamada a República”.
“Procurar conhecer o melhor possível a vontade de Deus e pô-la em prática com diligência era o lema da sua vida “, lembrou ainda o bispo diocesano, para logo acrescentar que o beato “viveu com a ajuda preciosa da sua esposa, a Imperatriz Zita, cujo processo de beatificação também decorre”.
“Pai de família, cristão fervoroso construtor da paz, defensor do bem do seu povo, confiou o cargo que ocupava como um serviço sagrado aos seus povos”, recordou. A sua principal preocupação “consistia em seguir a vocação do cristão à santidade também na sua ação política”, conforme referiu João Paulo II durante a sua beatificação em 2004.
Na Madeira lembrou ainda D. Nuno na sua mensagem, “Carlos e a família conheceram a pobreza extrema”. O estado da casa onde vivia e os poucos recursos médicos da altura impediram-no de se recuperar de uma pneumonia. “Quis ficar sepultado na Igreja do Monte, junto deste povo que o acolheu.”
“Acolhamos hoje o seu exemplo de santidade, do mesmo modo que há 100 anos o Beato Carlos foi carinhosamente acolhido pelos madeirenses”.
Já D. Teodoro de Faria, bispo emérito do Funchal e presidente da comissão criada para assinalar o centenário da morte do Carlos d’Áustria em 1 de abril de 2022, frisou na sua homilia que o Beato Carlos lutou contra adversários de carne e osso porque “eles eram dominadores do mundo das trevas, do mundo da guerra, numa época em que a Europa tinha grandes impérios que lutavam entre si para aumentar as suas fronteiras.
“Suplicas, orações perseverar nas vigílias com preces para todos os cristãos” foram, segundo o bispo emérito, “a força e a salvação do Beato Carlos d’Áustria.
Para o ajudar nesta missão surgiram dois grupos, um deles é a Liga de Oração do Imperador Carlos para a Paz dos Povos, que “se está a preparar para vir em grande número a esta diocese”, no próximo ano, conforme referiu D. Teodoro. Segundo este, “foram eles que ajudaram o imperador a sua família a vencer numa época tão difícil”.
A celebração terminou com nova intervenção do Cónego Fiel de Sousa, que agradeceu a presença dos representantes de várias entidades civis e militares que se quiseram associar e celebrar a esta memória centenária da chegada à ilha do Beato Carlos d’Áustria.