1 de Junho – Dia Mundial da Criança

“Mas as crianças, Senhor, / Porque lhes dais tanta dor?!… / Porque padecem assim?!…”

D.R.

Mais uma efeméride que nos vem trazer à memória como o “melhor do mundo são as crianças”. 

Seguramente vamos ver neste dia grupos de garotos em passeios, com a sua algazarra normal, cantando e brincando, rindo e saltando como é tão próprio nas suas idades. Acompanhadas por responsáveis das escolinhas, creches, infantários, é muito bonito ver como se organizam para celebrar o Dia da Criança, dando um toque de alegria, de cor, de carinho e também de muita segurança e apoio.

Porém, há sempre uma nostalgia profunda porque vemos, ouvimos e lemos, por isso sabemos e não podemos ignorar, as muitas situações, verdadeiramente desumanas, que milhares de crianças sofrem e padecem em todo o mundo. Maltratadas, exploradas, abusadas, quer pela atrocidade da guerra, do terrorismo, da violência que grassa nos adultos, ou por tantos outros motivos que é impossível enumerar e até identificar.

Toda a criança, em qualquer parte do mundo, latitude ou lugar, precisa de um lar, muita ternura, paz, tranquilidade, amor, comida e cuidados de saúde. Em situações ditas normais isto é o vulgar, mas um facto é que a malha social se foi alterando e em muitas circunstâncias acontece exactamente o contrário…

Não faço juízos de valor, mas cada dia que passa me interrogo mais onde falhámos, o que foi feito da nossa civilização, das nossas tradições, dos nossos comportamentos, afectos e do elo de ligação com os entes queridos que nos geraram, nos trouxeram ao mundo, nos ensinaram tudo a partir do nada, onde ainda não existíamos.

Amor de mãe não se compra, não se empresta nem se vende, é algo que só a natureza sabe qualificar: é doçura, é carícia, é envolvimento físico, psíquico, hormonal…enfim, é um mar de ternura onde só uma união baseada no amor pode e sabe navegar. E neste oceano nasce e cresce uma criança, um misto de pai e mãe, uma pessoa única e singular, numa amálgama de traços familiares, com direitos invioláveis e dignidade própria, um novo ser disponível para ser amado e mais tarde saber amar.