Suplemento “Pedras Vivas” – 18 de outubro de 2020

Os novos desafios da missão

Neste domingo, 18 de outubro, celebramos o Dia Mundial das Missões. Falar de missão no contexto atual parece uma contradição. A pandemia, para além da doença, trouxe consigo um outro léxico que nos fala de isolamento, distanciamento, controlo, prevenção, infeção, suspeita, risco. Não seria melhor adiar a celebração deste dia das missões para uma ocasião menos conturbada? Perante as solicitações enviadas ao Vaticano, a Congregação para a Evangelização dos Povos confirmou que a data deve manter-se pois é necessário animar “em todos os fiéis, esta dimensão essencial da fé cristã”. 

A missão não pode e nem deve ser adiada. A prudência e os cuidados que nos impõe a realidade presente não servem de justificação para ignorarmos quem está ao nosso lado e nos fecharmos ao olhar do próximo. 

“A compreensão daquilo que Deus nos está a dizer nestes tempos de pandemia torna-se um desafio também para a missão da Igreja. Desafia-nos a doença, a tribulação, o medo, o isolamento. Interpela-nos a pobreza de quem morre sozinho, de quem está abandonado a si mesmo, de quem perde o emprego e o salário, de quem não tem abrigo e comida”, escreve o Papa na mensagem para o Dia Mundial das Missões deste ano. 

O Espírito continua a impelir a Igreja para a missão. A suave melodia do Espírito que não se extingue, desperta uma resposta decidida: “Eis-me aqui, Senhor, envia-me”. Como questiona o Papa Francisco, “estamos prontos a acolher a presença do Espírito Santo na nossa vida, a ouvir o chamamento à missão quer no caminho do matrimónio, quer no da virgindade consagrada ou do sacerdócio ordenado e, em todo o caso, na vida comum de todos os dias?”. Tenhamos nós a ousadia, sobretudo em tempo de pandemia, de responder aos novos desafios da missão.

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