A posição dos bispos europeus
Na nota, os bispos recebem favoravelmente a intenção geral do Livro Branco “de estabelecer uma sólida abordagem europeia da inteligência artificial (IA), profundamente enraizada na dignidade humana e na proteção da privacidade”. Ao mesmo tempo, porém, a Comece se diz estar perplexa “com a possível criação de uma nova Agência da UE dedicada” a essa questão, pois “as atuais estruturas-chave da União já fornecem um apoio suficiente para enfrentar os desafios colocados pela IA e pela robótica”.
Se mesmo assim a União Europeia criar esse órgão, os bispos lembram que ele “deveria garantir a máxima participação” de todos os interessados, “incluindo as Igrejas, que têm um status específico como parceiras das instituições europeias e que, portanto, deveriam ser explicitamente mencionadas”. O que acontece antes de tudo, porém, afirma ainda a Comece em comunicado, é o início de “um discurso sobre ética social que acompanhe a discussão política sobre a regulamentação da IA”. Por essa razão, a UE “deveria construir instrumentos e mecanismos para uma abordagem interdisciplinar, eficaz, concreta e abrangente nas estruturas e nos programas já existentes dentro da União”.
Em fevereiro, a Comece já tinha participado de um seminário internacional intitulado “O algoritmo ‘bom’? Inteligência artificial, ética, direito, saúde”, realizado no Vaticano por ocasião da 26ª Assembleia Geral da Pontifícia Academia para a Vida. Naquela oportunidade, foi assinado o documento “Apelo de Roma por uma ética da inteligência artificial”, que defende a promoção de um sentido de responsabilidade entre as organizações, os governos e as instituições para assegurar que a inovação digital e o progresso tecnológico estejam a serviço do gênio e da criatividade humana.
Isabella Piro