O pedido do Papa
Com efeito, em 24 de março de 2019, o Papa havia escrito uma carta ao ministro provincial dos Capuchinhos da região de Abruzzo, Padre Nicola Grasso, com o pedido. A escolha recaiu então sobre a igreja dedicada a São Francisco e o convento dos capuchinhos de Avezzano, abandonado há dez anos. Sobre a criação deste Santuário Mariano desejado pelo Papa e nascido, de modo imprevisível, como sinal de esperança em meio à pandemia, entrevistamos Frei Emiliano Antenucci, Frei Capuchinho Menor, Reitor do Santuário e promotor de longa data do culto de “Nossa Senhora do Silêncio”.
Frei Antenucci: Há dez anos solicitei o ícone de Nossa Senhora do Silêncio às monjas beneditinas da Ilha de San Giulio d’Orta, depois disso a devoção por esta imagem começou gradualmente, não só na Itália, mas também em várias partes do mundo. Depois o Papa Francisco decidiu colocar uma cópia no Palácio Apostólico e eu tive a alegria de conversar com ele sobre isso. O próprio Papa decidiu então escrever uma carta ao meu Ministro Provincial pedindo a veneração do ícone de Nossa Senhora do Silêncio para o culto público ao Povo Santo de Deus.
Podemos dizer que o Papa Francisco contribuiu para a difusão deste culto em particular?
Frei Antenucci: Obviamente o Papa recebe muitas imagens e ícones de peregrinos de várias partes do mundo. Mas podemos dizer que para a Virgem do Silêncio ele teve um olhar especial. Não só a colocou na entrada do Palácio Apostólico, mas sei que ele é muito devoto, reza para ela e já distribuiu santinhos dedicados a esta Nossa Senhora aos funcionários do Vaticano. Portanto a sua obra contribuiu para criar essa devoção, mas posso dizer que na Igreja sempre houve implicitamente esse culto à Virgem Maria do Silêncio, que espero que se torne um culto explícito no futuro. Espero que seja feita uma memória litúrgica no sábado e que na devoção litúrgica da Santíssima Virgem, seja incluído este título “Virgem Maria do Silêncio”, que está presente desde a tradição dos primeiros séculos.
Qual é o significado desta particular devoção mariana?
Frei Antenucci: Neste momento de pandemia e provação, acredito que a abertura de um Santuário Mariano dedicado ao silêncio é sobretudo um sinal de grande esperança, um impulso para recomeçar com o passo espiritual correto. Mas creio que seja também um sinal de profecia contra a ditadura do barulho que permeia nossa sociedade e, para dizê-lo com o Papa Francisco, contra a tagarelice que também está presente na Igreja.
Como serão as atividades no santuário?
Frei Antenucci: Será um santuário atípico. Antes de tudo, um lugar de silêncio, oração, formação espiritual e discernimento. Como reitor tenho contado muito com este aspecto: quero um lugar que ajude a crescer na vida espiritual que leve a fazer um caminho interior. Portanto será um oásis do Espírito, para se revigorar nos braços de Jesus e de Maria.
Apesar das medidas de prevenção ao contágio, ou seja, distanciamento físico ainda em vigor, o santuário poderá acolher peregrinos nos próximos meses?
Frei Antenucci: Sim, confirmo isso. Já estamos fazendo isso com prudência e tranquilidade. Depois da emergência, retomaremos também os cursos sobre o silêncio, sobre a oração e o discernimento. Mas já estão sendo feitos programas com formação espiritual, adoração, a missa dominical, as missas semanais e a acolhida de peregrinos.
Fabio Colagrande – Vatican News