D. Nuno: É tempo de construir um mundo novo e de olhar para os que ainda vão sofrer por causa da pandemia 

O bispo do Funchal presidiu à Eucaristia que se iniciou pelas 12.30 horas, no Santuário de Nossa Senhora de Fátima no Cabo Girão, precedida do Terço.

Foto. Duarte Gomes

O bispo do Funchal, D. Nuno Brás, alertou esta manhã, na Missa do 13 de maio no Santuário de Nossa Senhora de Fátima, no Cabo Girão, para a necessidade de “aproveitar este momento, em que o conta quilómetros foi colocado a zeros, e em que o mundo viu tudo parado, como uma oportunidade para nós cristãos tomarmos a sério a construção de um mundo novo”. 

Perante um número reduzido de peregrinos, tanto no interior como no exterior do santuário, um resultado das medidas implementadas para possibilitar o regresso dos fiéis às celebrações presenciais, o bispo diocesano disse ainda que este “tempo favorável” deve ser uma ocasião para construir um mundo “mais de acordo com o Evangelho”.

O bispo diocesano falou ainda de um tempo de responsabilidade e sobretudo de solidariedade, nomeadamente para com os que “sofreram ainda vão sofrer, por esta situação da pandemia, seja pela doença, seja pelas consequências de toda esta paragem”.

“Vamos pedir a Nossa Senhora que nos dê forças para os ajudarmos e para construirmos um mundo melhor, mais parecido com a vontade de Deus”, frisou.

Numa manhã de sol e céu azul, a cerimónia desta manhã serviu também para “louvar Nossa Senhora”, aquela que nos foi dada como Mãe, e para lhe pedir “que nos ensine a escutar o Evangelho e a abrir o nosso coração”, mostrando que acreditamos nas “palavras proclamadas há dois mil anos, são hoje alimento para a nossa vida”.

Neste dia 13 de maio, é sempre lida a passagem do Evangelho de São João em que, na cruz, Jesus apresenta Nossa Senhora como nossa mãe. A mesma Mãe que apareceu aos Pastorinhos em Fátima, que nos “veio dizer que continua a exercer este seu papel de mãe. Que continua a acolher o pedido que Jesus lhe fez na Cruz”. 

É isso, frisou, “que a Virgem Maria tem realizado ao longo dos tempos. E podemos dizer, a Senhora do Monte, aqui na nossa ilha é uma realização disso mesmo. Deste cuidado que Nossa Senhora tem, pelos discípulos de seu filho, por nós”. 

E nós cristãos não podemos nunca duvidar que assim é mesmo em tempos difíceis: “Nossa Senhora cuida de nós hoje, como cuidou do Portugal de 1917, como cuidou dos nossos antepassados no século XVI, como cuidou de todos os discípulos de Jesus ao longo de todos estes séculos”. Um cuidado que se traduz quando nos recorda o Evangelho, quando nos mostra o caminho e quando nos mostra que é “o discípulo perfeito”, que nos deve servir de exemplo.

No final da celebração, organizada pelas Equipas de Nossa Senhora da Paróquia da Quinta Grande, e concelebrada pelo Pe. Adelino e pelo Pe. Carlos Almada, a imagem percorreu o adro do Santuário.

Por ali, como já se disse, eram poucos os fiéis. Mas os presentes representaram todos os outros que, por variados motivos, “desejariam hoje estar aqui e não estão”. Isso mesmo disse o Pe. Adelino Macedo Costa, pároco da Quinta Grande, que agradeceu a disponibilidade de D. Nuno Brás para presidir a esta cerimónia em circunstâncias especiais, mas nem por isso vivida com menos fé ou menos esperança no futuro.