Coincidências politicamente incorretas

D.R.

Dos pontos cardeais chegam mensageiros. Salvar o planeta é urgente, hoje e ontem. A menina chegou do ocidente e do norte; um Francisco, o de Paris e do Japão, teve o dia 3 marcado com a celebração da sua festa; e outro Francisco, vindo do Sul, desencadeou o alerta em nome doutro Francisco: a Casa Comum e os que nela habitam estão em grande risco.

A primeira chegou a Lisboa, dia 3; o segundo, convidado por Portugal, saiu de Lisboa a 7.04.1540, e é lembrado por todo o Oriente como o que mais batizou. Ela atravessou o Atlântico; e o Francisco missionário atravessou o Atlântico, o Índico e chegou ao Japão só porque o único que salva o chamou. Ela veio de barco, para não sujar o planeta com mais podridão, lixo e venenos, diz-se, e para o salvar; ele partiu em nau portuguesa, não havia aviões, para salvar, não apenas as criaturas do planeta que gemem por falta de libertação, mas também os pecadores da Casa Comum que esperam a salvação dos filhos de Deus para que possam ajudar a libertar as outras criaturas que gemem oprimidas (Rm, 8, 22).

A profetazinha clama que está a tentar salvar o planeta todo, das coisas que o matam; aquele, o Francisco oriental, andou por terras distantes a anunciar Cristo e a lavar com o batismo cristão, clamando que o único Salvador é um só, o filho do dono da “casa comum”, e que só ele pode salvar dos pecados de morte aqueles que matam a criação e os filhos de Deus. “Se o Senhor não edificar a Casa em vão trabalham os que a edificam…” (Sl 127).

Uma pequena, com limitações e caprichos, pasma os grandes das ciências e das tecnologias; um Francisco, astro da universidade de Paris, troca as suas gradezas e vai anunciar o Defensor dos pequenos, dos pobres e doentes até aos países do sol nascente. Será que a Gretazinha, com os seus brilhos de vedeta, vai apagar os astros das universidades e o projeto do Francisco do Japão e o d’Aquele a quem ele deu a sua vida? Quem dá o sentido de quê, nestas coincidências, sem acaso?

Se Greta veio do norte, marcado por grandes vazios, a tarefa de limpar e embelezar o planeta todo e os que o povoam é maior que ela. Um segundo Francisco, que veio do Sul, aparentado com o primeiro e um terceiro, o Francisco menor, vindo de Assis, louvando o Criador, e mais outro o mini-Francisco de Fátima, todos apostam a tentar limpar o planeta, mas não sós. Ótimo! Neste mês de anúncios de séculos sobre a vinda de um Messias-Salvador, estes esforços fazem sentido. Não apenas o sentido do paraíso da terra, o marxista. Haverá dilúvios, inundações, terramotos, guerras e perseguições, Jerusaléms destruídos, templos e torres caídas, cidades arrasadas, mas não será ainda o fim (Mt 24,Mc 13,Lc 21).

Haverá novos céus e nova terra (Ap 21). Esta promessa transcende o paraíso planetário e mesmo as destruições morais dos pecadores impenitentes convidados a aceitar a “lavagem” do Salvador. Jesus Menino é anunciado em todos os tempos, não apenas para limpar o lixo do universo mas o lixo dos corações e dar sentido à vida dos homens. É ele o salvador da Casa Comum de que falam os Franciscos. A de todos os que seguem aquela Voz: “Que aproveita a alguém ganhar todo o mundo, se por fim perde a sua vida?” (cf. Mc 8, 36).

Ao lado do presépio do pequenino Menino Deus há também lugar para a pastorinha Greta que reconhece que não pode, sozinha, salvar o mundo nem a sua Suécia. A salvação fundamental do mundo do CO2 do pecado dos corações, e também do outro CO2 do planeta, vem do Natal.

Nos votos de Feliz Natal também nos associamos com o “admirável sinal” aos Franciscos de todos os tempos nestas limpezas e sentido, em especial ao Francisco do Presépio de Greccio, de 1223.