Encerramento do Ano Missionário: D. Nuno deixa duas interrogações

Foto: Duarte Gomes

D. Nuno Brás presidiu ao início da noite deste sábado, dia 12 de outubro, no Santuário de Nossa Senhora de Fátima, no Cabo Girão, ao Encerramento do Ano Missionário.

Numa homilia baseada na ideia de que a Palavra de Deus cura, até “as piores doenças e a marginalização humana”, D. Nuno lembrou à assembleia que, no entanto, e para que isso aconteça, é preciso “reencontrar Deus”, é preciso “regressar para junto do Senhor”, e quotidianamente, entregarmo-nos ao que nos pode verdadeiramente salvar. É necessária “a conversão que conduz à fé e à salvação: ‘A tua fé te salvou’”. 

Além disso, frisou o prelado, é essencial celebrar, “louvar o Senhor” e dar testemunho desse encontro aos outros, “seja por meio de palavras”, “com voz forte”, como diz São Lucas, de “atitudes”, de “gestos”, e “com o nosso modo de viver”, porque a Palavra de Deus não pode ser aprisionada.

Essa entrega total, “essa atitude em que deixamos de confiar nos nossos pensamentos e nas nossas forças, para nos entregarmos totalmente Àquele que nos pode salvar de todas as lepras”, faz de nós cristãos, missionários e será sempre “motivo de celebração” e “uma Igreja que vive e celebra a sua fé é uma Igreja missionária”, como nos pede que sejamos o Papa Francisco.

Depois de referir que o ano missionário, vivido em comunhão com todas as dioceses portuguesas está a chegar ao fim e que na Diocese do Funchal ele teve como lema “Ser Cristão, Viver em Missão”, o bispo diocesano disse que “mais do que recordar as tantas atividades realizadas”, se foram poucas ou muitas, “importa agora confrontarmo-nos com duas interrogações”. 

A primeira é “se de facto crescemos na atitude missionária, o mesmo é dizer se aprendemos a proclamar bem alto, fortemente, as maravilhas que Deus fez por nós de modo a testemunhá-lo e a convidar outros a também eles se deixarem encontrar pelo Senhor”.

A segunda é “se fomos capazes de regressar para junto do Senhor e dar-lhe graças, não apenas com as nossas palavras e atitudes, mas com aquelas que Ele próprio nos inspira a nós como crentes, como comunidades e como Igreja Diocesana, porque não duvidemos: uma Igreja que vive e celebra serenamente a fé é por isso mesmo missionária”. 

D. Nuno terminou apelando aos muitos fiéis que responderam à chamada para participar nestas cerimónias, que “peçam ao Senhor que nos purifique também a nós das nossas muitas lepras”, para que sejamos sempre “reconhecidos por Ele nos ter encontrado no caminho da nossa vida”, para que o reconheçamos “presente no meio de nós”, porque “assim poderemos viver sempre em missão”, vivendo a nossa condição de cristãos, de “discípulos misionários”.

Tal como estava previsto estas celebrações tiveram início com a bênção das velas e dos terços missionários. Seguiu-se depois a recitação do terço em diferentes linguas, pedindo pelos diferentes continentes.

A Eucaristia, concelebrada por vários sacerdotes, entre os quais o Pe. Adelino Macedo Costa, pároco da Quinta Grande, que agradeceu a todos os que tornaram possível esta cerimónia, terminou no exterior do Santuário, com a benção das cruzes e a oração do envio.