JMJ 2019: Vigília, Venezuela e Voluntários

Foto: Vatican Media

Vigília de oração: Nuvem, «app» e Maria, a «influencer» 

Papa inspirou-se nas tecnologias digitais para desafiar os jovens

O Papa desafiou, na vigília de oração, os jovens participantes na Jornada, a usar o potencial das novas tecnologias para serem ‘influencers’, com a sua fé.

“A jovem de Nazaré… tornou-Se a mulher que maior influência teve na história”, referiu no Campo São João Paulo II.

“Maria, com poucas palavras, soube dizer ‘sim’, confiando no amor e nas promessas de Deus, afirmou. 

O maior encontro de peregrinos, até ao momento, levou os participantes para fora da Cidade Velha e juntou 600 mil pessoas.

Francisco continuou a falar aos mais novos: “A vida não é uma salvação suspensa ‘na nuvem’ – no disco virtual – à espera de ser descarregada, nem uma nova ‘aplicação’ para descobrir ou um exercício mental fruto de técnicas de crescimento pessoal”.

Antes da chegada do Papa, ao longo de várias horas, houve momentos de animação musical, apresentações artísticas e multimédia. 

A vigília incluiu testemunhos de uma família do Panamá, que recusou abortar uma filha com deficiência; de um ex-toxicodependente que esteve preso; e de uma jovem cristã palestina, que falou sobre a perseguição religiosa.

O Papa agradeceu os testemunhos: “Só o amor nos torna mais humanos”.

Hoje reina a cultura do abandono. “Como hão de pensar que Deus existe se, para eles seus irmãos, há muito que deixaram de existir?”, acrescentou.

E defendeu que “ser um influencer no século XXI significa ser guardião das raízes”, para que a vida não se evapore, “no nada”.

“Amigos: O Evangelho ensina-nos que o mundo será melhor quando forem mais as pessoas estiverem dispostas e tiverem a coragem de dar à luz o amanhã e acreditar na força transformadora do amor de Deus”.

A vigília continuou com a adoração ao Santíssimo Sacramento, sendo a custódia feita de balas fundidas, sinal do desejo de paz na América.

A crise venezuelana

Papa pede solução «justa e pacífica». 

O Papa Francisco pediu, no dia 27, uma solução “justa e pacífica” para a crise política na Venezuela, falando no final de uma visita à casa ‘O Bom Samaritano’, uma instituição de caridade. 

“Tenho pensado muito no povo venezuelano. Perante a situação grave que o país atravessa, peço ao Senhor que se procure e obtenha uma solução justa e pacífica para ultrapassar a crise, respeitando os direitos humanos e desejando exclusivamente o bem de todos os habitantes do país”, disse.

Jovens pedem oração pela Venezuela. Durante a cerimónia da abertura da JMJ, entre tantas bandeiras, uma chamou a atenção das câmaras: era uma bandeira gigante da Venezuela, onde estava escrito: “PrayForVenezuela”, isto é, “Reze pela Venezuela”.

Cerca de 400 venezuelanos são participaram na JMJ, e só o conseguiram fazer porque estão noutros países, fugidos da ditadura que destrói o seu país. Vieram ao Panamá, para pedirem aos seus irmãos católicos que rezem pela realidade política, social e económica da Venezuela.

Robert Araújo, um jovem venezuelano de 27 anos, contou numa entrevista à ACI Prensa que a bandeira foi feita graças a solidariedade de muitos. “Esta bandeira é uma afirmação de que os venezuelanos, os latino-americanos, todos os cristãos do mundo inteiro, cremos firmemente na oração”, e que só Jesus Cristo é capaz de dar a verdadeira liberdade ao nosso país.

Violação dos direitos humanos e crimes contra a humanidade. – A Comissão de Justiça e Paz da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) já pediu o respeito pela “vida e segurança” da população.

Desde 22 de janeiro, “o pessoal de segurança do Estado e dos grupos armados” tem intensificado a repressão e a violência. Apela ao fim da “violação dos direitos humanos”, falando mesmo em “crimes contra a humanidade”.

Despedida aos voluntários

Mensagem de agradecimento 

O Papa despediu-se com uma mensagem de agradecimento aos voluntários, convidando-os a participar na edição de 2022, em Lisboa, com Francisco ou outro pontífice.

“Como vos disse em Cracóvia, não sei se estarei na próxima JMJ, mas Pedro estará lá certamente e vos confirmará na fé”. Não vos esqueçais de rezar por mim”, assinalou.

Durante o encontro com os voluntários, Francisco mostrou-se emocionado com o esforço realizado por muitos deles.

Muitos de vós fizestes renúncias de todos os tipos. Tivestes de adiar sonhos, para cuidar da vossa terra, das vossas raízes. Isto sempre é abençoado pelo Senhor, que não se deixa vencer em generosidade. Sempre que adiamos um gosto nosso pelo bem dos outros, especialmente dos mais frágeis, ou das nossas raízes como são os nossos avós e idosos, o Senhor no-lo devolve na proporção de cem por um”.

No Panamá estiveram mais de 20 mil voluntários, incluindo 2445 internacionais, dos quais 30 portugueses.