160 crismados na Sé foram desafiados pelo bispo do Funchal a não terem  medo ou vergonha de dar testemunho da sua fé

Foto: Duarte Gomes

Em domingo de Pentecostes, o “Dia do Espírito Santo por excelência”, D. António Carrilho e o bispo emérito,  D. Teodoro de Faria, administraram o Sacramento da Confirmação a 160 jovens e adultos, vindos de diversas paróquias do Arciprestado do Funchal, nomeadamente de São Pedro, Nossa Senhora do Monte, Curral dos Romeiros, Carmo, Sé e Santa Luzia.

Todos eles, no dizer do cónego Vítor Gomes a quem coube apresentar o grupo, estavam preparados para dar mais este passo na fé, “tendo feito o percurso da catequese paroquial e nalguns casos uma catequese de preparação própria e próxima para este sacramento”. 

Perante esta apresentação, o bispo do Funchal mostrou a sua alegria, tendo referido que, por se crismar neste dia, o grupo tem uma missão acrescida pois “é neste dia que o Espírito Santo nos é dado para termos dentro de nós a luz e a força que nos tira o medo e a vergonha, para vivermos aquilo em que acreditamos” e para “testemunharmos aos outros a nossa fé, na vida de todos os dias”. 

Uma fé que, disse mais adiante na sua homilia, “não podemos viver fechados”, mas que temos de levar para a rua, para todos os espaços da nossa vida. “A fé vive-se em casa, na Igreja e onde cada um se encontre. Em todos os espaços em que vivemos a nossa vida e aí temos de dar o testemunho da fé, dos princípios e valores em que acreditamos. Seja na família, na escola, no escritório, no trabalho do campo, em qualquer grupo desportivo ou cultural”, referiu a propósito o prelado.

É também essa fé, frisou, que nos vai ajudar a mudar o mundo, a renová-lo e a transformá-lo num lugar melhor. Essas mudanças, disse o prelado, não se fazem só com “um catálogo ou uma lista daquilo que nos parece mal”, nem tão pouco “por milagre ou intervenção direta do céu”. “Se queremos hoje uma terra e um mundo novos, uma cultura e uma civilização com novos valores, os valores do evangelho” temos de saber acolher e usar a luz e a força do Espírito Santo, para que este mundo se torne “cada vez mais Reino de Deus”.

Neste contexto, o bispo diocesano sublinhou a importância de cada um de nós assumir as suas responsabilidades e de colocar as suas qualidades ao serviço dos outros.  “Cada um tem de pôr as suas qualidades, valores, aptidões e competências ao serviço do bem comum”.

Dirigindo-se aos crismandos D. António lembrou-lhes que ser batizado e confirmado, “tem a ver com todo o envolvimento e compromisso, da presença e da transformação da vida da Igreja e da Sociedade, para que a Igreja seja mais fiel a Cristo, e a sociedade corresponda bem melhor aos princípios e ao ideal de Cristo”. É por isso que estes sacramentos só se recebem uma vez, mas são marcas que ficam para toda a vida. Uma marca que se quer “seja sinónimo de alegria e felicidade, mas também de testemunho, para que outros também sejam felizes”.

Já com os 160 jovens crismados, e depois de ter agradecido a preciosa colaboração do bispo emérito, D. António dirigiu-se particularmente aos padrinhos, lembrando que os mesmos “são padrinhos hoje, mas são padrinhos para a vida” e têm a responsabilidade de “ser presença, especialmente naqueles momentos em que essa presença é mais pedida” e de zelar para que eles não se afastem dos caminhos e sejam ”bons cristãos pela vida fora”.

A cada um dos crismados D. António Carrilho pediu ainda para que rezassem todos os dias e para que não deixassem de ir à missa ao domingo. Pediu também a toda a assembleia, que enchia por completo a catedral, para que rezasse pelas vocações sacerdotais, religiosas e missionárias. 

Cada crismado recebeu, das mãos de D. António, um diploma e ainda o livro dos “Evangelhos e Actos dos Apóstolos”, que o bispo do Funchal ofereceu em nome da Diocese e que, disse, “não é para ficar na gaveta, ou numa qualquer prateleira a ganhar pó”, mas para ser “lido por todos lá em casa”.