Papa Francisco: a santidade é para todos, não para super-homens

Na oração do “Angelus” de ontem, Solenidade de Todos os Santos, o Papa Francisco falou das características dos santos, afirmando não se tratar de “modelos perfeitos”, mas de pessoas tocadas por Deus. “Podemos compará-los com os vitrais das igrejas, que fazem entrar a luz em diferentes tonalidades de cor. Os santos são nossos irmãos e irmãs que acolheram a luz de Deus em seu coração e a transmitiram ao mundo, cada um segundo a própria ‘tonalidade’. Mas todos foram transparentes, lutaram para retirar as manchas e as obscuridades do pecado, de modo que a luz de Deus pudesse passar. Este é o objetivo da vida, também para nós.”

“A felicidade – acrescentou o Papa – não está em ter ou se tornar alguém. A verdadeira felicidade é estar com o Senhor e viver por amor”.

Disse o Pontífice que “os ingredientes para a vida feliz se chamam bem-aventuranças: são beatos os simples, os humildes que dão lugar a Deus, que sabem chorar pelos outros e pelos próprios erros, permanecem mansos, lutam pela justiça, são misericordiosos com todos, trabalham pela paz , não odeiam e, mesmo quando sofrem, respondem ao mal com o bem”.

“Eis as bem-aventuranças. Não requerem gestos extraordinários, não são para super-homens, mas para quem vive as provações e as fadigas de todos os dias. Os santos são assim: respiram como todos o ar poluído que há no mundo, mas no caminho jamais perdem de vista o percurso de Jesus, indicado nas bem-aventuranças, que são como o mapa da vida cristã.”

“Hoje é a festa daqueles que alcançaram a meta indicada por este mapa: não são só os santos do calendário, mas os muitos irmãos e irmãs “da porta ao lado”, que talvez tenhamos encontrado e conhecido. Hoje é a festa da família, de muitas pessoas simples e escondidas que, na realidade, ajudam Deus a levar adiante o mundo”.