Quem nos visita neste tempo de verão, apercebe-se que as nossas ilhas da Madeira e Porto Santo, por esta altura, revestem-se de festa.
São colocados os mastros e as bandeiras com a Cruz de Cristo, as ramagens e flores de enfeite de diversas cores. As lâmpadas percorrem as ruas formando linhas de luz. Nos adros das igrejas irrompem as barracas de comes-e-bebes, os coretos e palcos de música.
Preparam-se as celebrações litúrgicas, enfeitam-se com dedicação os altares, ensaiam-se os cânticos, convidam-se os pregadores. Tudo é minuciosamente preparado para o “arraial”.
Os nossos familiares emigrantes logo que chegam de férias às suas freguesias, não faltam à festa. Diante da igreja onde tantas vezes celebraram a fé, como não trazer ao coração histórias da própria vida? Naquele momento o edifício dá lugar a uma experiência, é como chegar a casa! Com os olhos fixos na imagem da Virgem Maria pedem com fé as graças que necessitam e agradecem a sua presença materna nos momentos mais difíceis.
Como é surpreendente encontrarmos as comunidades madeirenses espalhadas pelo mundo a celebrar a sua fé e tradições com as mesmas expressões e intensidade com que são celebradas na Madeira.
Na festa de Nossa Senhora e do Santíssimo Sacramento todos formam um só povo que reza e canta a mesma língua da fé. De norte a sul ergue-se uma só voz de louvor a Deus.
Estas tradições religiosas pertencem às raízes mais profundas da identidade do nosso povo. São o nosso património e a nossa riqueza cultural que os mais jovens esperam receber.
